W é o nome de um lugar, um país imaginário, a Terra do Esporte. É a fantasia kafkiana de um mundo inteiramente controlado, encobrindo as memórias de um menino judeu que perdeu os pais na guerra. A alegoria é talvez mais verdadeira que as memórias 'reais' desse menino agora adulto e obrigado a valer-se do esquecimento - e da memória - como formas de sobrevivência. Alternando narrativa autobiográfica e ficção, 'W, ou a memória da infância' é um tocante relato moderno da guerra, que, porém, não aparece nenhuma vez, ou apenas nos vazios e máscaras da memória. Equilibrado entre o esquecimento e a fabulação, o narrador se esforça como pode, convocando nosso auxílio, para reconstruir os vínculos entre passado e presente.