Uma viagem à Amazônia e o encontro de almas da autora com uma menina da tribo Kambeba, originária do Peru, foram suficientes para despertar o imaginário de Eliana Lino e dar voz à sua criança interior, que vem para nos contar lindas histórias de amor e sabedoria, por intermédio da pequena Mamiche e de seus avós, Inhã e Amá. Com a beleza da simplicidade, Eliana revela um pouco de si e de todos nós em cada uma das aventuras protagonizadas pela indiazinha Mamiche. A construção da narrativa se ancora no conhecimento ancestral dos povos indígenas e nas vivências pessoais de Eliana e, como resultado, surgem histórias surpreendentes e ao mesmo tempo verdadeiras. Realidade ou ficção? Pouco importa. Como sugere a autora, para ler este livro, primeiro é preciso fazer contato com a criança que habita em cada um de nós: "Simplesmente deixe que esse encontro aconteça, e saboreie a experiência. Segundo o etnobotânico Mark Plotkin, as espécies em maior risco de extinção da Floresta Amazônica não são a onça-pintada ou a harpia, mas, sim, as tribos isoladas e não contatadas. Assim, que o espírito livre de Mamiche sirva de alerta ao homem dito civilizado para o perigo de extinção dos povos indígenas como, também, para a necessidade premente de resgate da sua tradição e conhecimento milenares.