O estudo das obras de Mounier, e pensadores no contexto do personalismo e da filosofia da educação, nos deu a percepção da centralidade do papel da pessoa enquanto referência na contemporaneidade. Afirmamos que o personalismo foi vivido como uma filosofia que tem a pessoa como centro, portanto, um humanismo integral, contudo, a idéia e conceito de pessoa partem do cristianismo professado por Mounier, dessa forma, um humanismo cristão. Afirmamos que o personalismo é uma filosofia. A problemática se instaura pelo fato de Mounier o ter assinalado mais como uma atitude do que como doutrina. Contudo, o personalismo é uma filosofia, pois, não lhe faltam o rigor e a sistematização. Porém, uma filosofia postulada fora dos muros acadêmicos, uma filosofia vivida e agida, uma proposta filosófica pluriforme, com o centro de convergência para a pessoa humana. Discutimos a concepção do termo "educação" mostrando ser esta uma atitude transformadora e valorativa da pessoa, que visa todas as áreas da existência humana e, ainda, visa a transformação do ser da pessoa humana. Distinguimos a prática educativa da prática escolar institucionalizada, sendo que a primeira percebe a educabilidade humana e a segunda procura manter ordem ideologicamente estabelecida. Concluímos que a crise percebida no meio educacional foi deflagrada pela ausência da pessoa como ser da educação. Ausência de uma antropologia mais definida, integral e própria sobre a pessoa humana, confere à educação um caráter variável a respeito do que entende por ser humano e humanização. Através do pensamento de Mounier podemos retomar o conceito de pessoa enquanto tal resgatando-a em seu aspecto comunitário-social e ao mesmo tempo como centro de toda proposta educacional.