O avanço da visão de mundo da burguesia, em processo de construção de sua hegemonia, encontrou a Igreja na oposição. A partir das revoluções inglesas do século XVII e, principalmente, da Revolução Francesa, em 1789, estabelece-se um outro Estado e uma forma de ocupá-lo, a partir do processo democrático. E a Igreja vai se insurgir contra isso, criticando e até anatematizando os intelectuais católicos, ordenados e leigos, que se colocam a favor desse novo paradigma. Praticamente não há diálogo! Sob certos aspectos, isso vai se resolvendo ao longo da primeira metade do século XX, mas será apenas com o Concílio Vaticano II que a Igreja vai olhar o mundo e a sociedade contemporânea, a mesma modernidade, com olhares mais positivos. E vários documentos desse evento, principalmente a Gaudium et Spes, vão dar uma palavra de incentivo àqueles e àquelas que se internam no mundo da política, pois começam a olhar o processo político da modernidade com olhares benefícios: “ir para a política” não é mais um desejo de alguns; ao contrário, é um chamado do Espírito.