Problematizando as ecologias e culturas que modelaram a Mata Atlântica desde o final do Quaternário (cerca de um milhão e meio de anos atrás) até os dias de hoje, a coletânea se estrutura em cinco seções, uma de caráter temático e as demais de caráter temporal. O tema da primeira seção é a emergência dos contornos regionais do que hoje em dia chamamos de Mata Atlântica, tanto na terra quanto no pensamento humano. As outras quatro seções agrupam trabalhos de acordo com os grandes períodos da história da Mata Atlântica, em presença humana. O primeiro deles refere-se à primeira invasão de que falou o historiador Warren Dean, ou seja, às levas migratórias pré-históricas que chegaram à costa brasílica, provavelmente vindas do norte do continente sul-americano. A seção seguinte trata dos encontros e regimes socioambientais que se desenvolveram ao longo do período de colonização portuguesa, entre os séculos XVI e XVIII.A terceira seção aborda o Antropoceno, época em que a ação humana suplantou as outras forças da natureza, na regulação dos ecossistemas. Mas a Mata Atlântica não é um capítulo acabado da história ambiental brasileira. Enquanto bioma humano, ela é uma realidade viva e pulsante, tanto no que concerne à importância dos remanescentes florestais para as sociedades e economias (captação de água, estabilização de encostas etc.) quanto no âmbito dos movimentos sociais, científicos e culturais que atualmente procuram interromper a trajetória destrutiva e restaurar a integridade dos ecossistemas. Assim, a quinta e última seção deste livro reúne trabalhos que abordam a ¿história do futuro da Mata Atlântica.