A autora faz um estudo comparativo entre os romances Fanny Hill, or Memoirs of a Woman of Pleasure (1748-1749), do inglês John Cleland, e Margot la ravaudeuse (1750), do francês Fougeret de Monbron. Ambos conheceram sucesso entre o público, tratam de memórias de uma jovem prostituta, e seus autores, acusados de obscenidade, tiveram de prestar contas a autoridades. A comparação entre essas duas narrativas eróticas libertinas – construídas num continuum que oscila entre sociabilidade e individualidade - é elucidativa para a apreensão do universo cultural setecentista franco-britânico, porque expõe a articulação de importantes eixos do processo de formação do romance moderno: o realismo desse novo gênero literário, o Iluminismo, a libertinagem erótica, e seus contextos particulares de produção e circulação.