Romance Hipocondríaco se tece a partir da interlocução entre um paciente neurótico e seu psiquiatra. A dependência medicamentosa do protagonista e o aprisionamento do imaginário no espaço escolar funcionam como alicerces da trama. Entretanto, elementos que poderiam ser vistos como secundários, como bullying, violência sexual na adolescência e prostituição infantil, aos poucos, instalam-se como nódulos de todo o processo narrativo. Passado, presente e projeção de futuro coexistem, em movimentos de aproximação e repulsa. Romance Hipocondríaco traça um painel da vida contemporânea, caracterizada por ajustes químicos do humor e pelo sentimento de inadequação de sujeitos descentrados, em construção/desconstrução de suas utopias e frágeis verdades pessoais.