No ponto onde se encostam rios lamacentos o ouro se mistura à areia e as casas aprisionam o espectro do sol dliuído na argamassa, tão discreto e raro que nunca acendeu as palhas secas do feno nem nunca o pressentiram os meninos loucos ou os poetas locais de si tão desatentos. Nesse encontro de rios marquei o meu campo para buscar o nobre pó quase perdido, atrás da ígnea visão da alma candente não do metal em si, real e esterlino: ouro pouco, ouro pó, ouro poeira, escasso, oculto nas lájeas do fundo das correntes e na matéria mineral de meus poemas. Marquei meu campo ali lavado pelos rios onde a curta vida se escoa - transferindo o brilho do meu viço ao vórtice das palavras, - e a mina da poesia vai-se exaurindo.