Trabalhamos no deserto, mas não pertencemos a ele. A forma como se promove e avalia a profissão, principalmente nos últimos vinte anos, incentiva a responsabilização individual, a competitividade, o aligeiramento da formação acadêmica, que dificultam a transformação dos conhecimentos em saberes que enriquecem a todos. Enfrentar as tensões que envolvem a produção de conhecimento são nossas tempestades de areia. Para Arendt, as piores são as que tentam adaptar-nos ao deserto, criando a ilusão de que pertencemos a ele. Porém professores e pesquisadores continuam a alimentar o sentimento de Responsabilidade Docente pelo Mundo, porque resistem a ser e permanecer no deserto.