"Na verdade este alegado romance é todo uma alargada crônica picaresca - e bota picaresca nisso - da vida de um imaginário lugarejo nordestino, por nome Toritama, tendo como personagem principal (ele, sim, e não o fugitivo Gamaleão) o médico e farmacêutico "provisionado" Doutor Marcolino. Leitor inexperiente ou leviano poderá qualificar o doutor Marcolino de pitoresco, longe vá a afronta. O Doutor Marcolino é um homem do seu tempo especial, do seu mundo especial, geográfica e ideologicamente situado num país que é só dele. Conta os casos do seu dia-a-dia, tais como lhe são oferecidos e não em versão expurgada e gramaticalmente enquadrada e traduzida.(...) A mim o livro agradou muito; sua leitura foi uma revelação e uma alegria. Mesmo quando o autor carrega um pouco a mão, aqui e ali - mas afinal isto não é pintura naturalista, não é fotografia; é sátira, é caricatura, e das boas. E quem já viu se fazer sátira ou caricatura sem carregar a mão?"