O menino sonhava ter um bichinho de estimação, qualquer um. Desejo reprovado pelos pais, que diziam não gostar de animal em casa. Um dia, entra pela porta da garagem uma caminhonete trazendo um cabrito. Ficaria ali por uns dias até a chegada do Natal. O menino logo vê no cabrito o brinquedo com que sonhava. Pelo, cheiro, teria nome, comeria folhas da horta, encheria os dias com seus meés e batuques de botinhas pelo quintal. Foi se afeiçoando, conversava com ele como se fosse um amigo. A mãe pede providências não quero saber dessa amizade, esse cabrito vai dar problema. O pai, sem conceder a nenhum apelo, se fecha, duro duro o cabrito é presente que ganhei e vamos comer no Natal. O que se dá é uma comovente trama onde o jeito menino de sentir entra em conflito com o desejo e a autoridade paterna. Decepção e uma nódoa que podem ficar para a vida inteira. Wander Piroli é pescador de palavras, tece harmonias em música de peixe, daí seu jeito raro de contar histórias. As aquarelas de Odilon Moraes estão atentas a tudo em suave maneira e exatidão."Por insegurança ou porque têm pouco a dizer, há escritores que acham bonitinho salpicar em seus livros palavras, expressões e frases inteiras que a maioria das pessoas não conhece ou não usa. Com esses enfeites, querem provar que sabem mais e são mais espertos que o leitor. Wander Piroli sempre escolheu o caminho oposto: escrevia com simplicidade, usando frases curtas e palavras que todos conhecem e usam. Nunca se julgou mais inteligente ou sabido que os leitores. Por entender que cada um de nós tem sabedoria, liberdade e direito de pensar por si mesmo e escolher seus caminhos, Piroli jamais tentou provar coisa alguma. Escreveu com a simplicidade de quem sabia ouvir e respeitar a liberdade, o pensamento e a inteligência dos leitores." - Tião Martins"Por insegurança ou porque têm pouco a dizer, há escritores que acham bonitinho salpicar em seus livros palavras, expressões e frases inteiras que a maioria das pessoas não conhece ou não usa. Com esses enfeites, querem provar que sabem mais e são mais espertos que o leitor. Wander Piroli sempre escolheu o caminho oposto: escrevia com simplicidade, usando frases curtas e palavras que todos conhecem e usam. Nunca se julgou mais inteligente ou sabido que os leitores. Por entender que cada um de nós tem sabedoria, liberdade e direito de pensar por si mesmo e escolher seus caminhos, Piroli jamais tentou provar coisa alguma. Escreveu com a simplicidade de quem sabia ouvir e respeitar a liberdade, o pensamento e a inteligência dos leitores." - Tião Martins