O livro traz episódios vividos por Maria e Aline entre 10 e 13 anos, época em que selaram uma forte amizade e pareciam ter um pacto - a fuga. Às vezes, carregavam sacolas e mochilas, outras, largavam tudo e fugiam. Afinal, morar na rua dava liberdade. Em pequenos relatos, narram o cotidiano no abrigo Taiguara, descrevem pessoas e instituições que apoiam crianças e jovens, declaram os perigos da rua e denunciam a violência e as discriminações sofridas. A fragmentação da rua e o ritmo de vida dessas meninas estão representados na estrutura dos textos e nas pequenas descrições. Como em um diário compartilhado, Aline e Maria revezam-se na narração em primeira pessoa, com linguagem coloquial, muitas gírias e a espontaneidade característica da fala.