Zélia Gattai e Jorge Amado viveram longos anos num belo casarão no bairro do Rio Vermelho, em Salvador. Casa festiva e cheia de amigos, distante da clausura dos gabinetes e das academias literárias, é ela o centro deste livro delicioso, repleto de imO improviso, a sinceridade e o desprezo pelo tempo cronológico são elementos cruciais da escrita de Zélia Gattai. Não é fácil impor uma ordem ao mundo. Se escrever é lembrar, escrever é também aceitar a embriaguez das pequenas recordações. No bairro do Rio Vermelho, nos anos 1960, Zélia Gattai e Jorge Amado compraram uma bela casa, situada no topo de uma ladeira, que entraria para a história da literatura. Casa sempre pronta a acolher os amigos, a abrigar festas e a estimular o jogo das ideias. Em "A Casa do Rio Vermelho", Zélia continua a narrar a saga de sua vida - que se mistura não só com a do marido Jorge Amado, mas com toda uma geração de artistas. Sua grande proeza é fazer da literatura não só registro de emoções e de acontecimentos, mas uma maneira de se apropriar do mundo.