A notícia ganha canto de jornal. Massacrada por outras, perde importância, transforma-se em nada, transforma-nos em nada. A notícia flutua até encontrar o poeta, diante do poeta qualquer tentativa de insignificância sucumbe. O poeta nos coloca na caixa dágua, afoga a nossa tentativa de indiferença, o poeta não usa um mata leão, a arma do poeta está no pai, parcelando um gás, pela rima pobre, pra ser feliz, pra obedecer. Meu little jacu, arrancado da nossa covardia, meu little jacu, fechando a mão em nossa garganta. O poeta dá voz, mãe, identidade e choro à quem foi reduzido à notinha no jornal. Me reconheceriam pelos dentes minha mãe lembraria de mim como o menino do rio que caiu em ladeira de Corumbá. Uma mãe, um pai, uma irmã a mancar pela vida, um tio, uma moto, anunciada na OLX, a prefeitura e o prefeito. Tudo é personagem, verbo, verso no manejo impecável da palavra do poeta.