Mais um clássico da literatura nipônica chega às livrarias brasileiras com tradução direta do japonês pela Estação Liberdade: Chuva negra (Kuroi Ame), a principal obra do escritor Masuji Ibuse. Publicado originalmente em 1965, o romance revela como a experiência traumática da bomba atômica que atingiu Hiroshima em 1945, durante a Segunda Guerra Mundial, permanece atual como expressão dos vários reflexos de um evento atroz na experiência pessoal de cada vítima e na história da humanidade em geral. Na trama, passados quase cinco anos da explosão, Shigematsu Shizuma e sua mulher, Shigeko, ambos com os sintomas daqueles que foram expostos à radioatividade, tentam arranjar um casamento para a sobrinha Yasuko. O boato de que também ela estaria contaminada, porém, afasta os pretendentes. Para provar que os comentários são infundados, o tio decide transcrever o diário da sobrinha daquela época, além de seu próprio e o da esposa, mas os escritos provam que a jovem esteve sob a chuva negra a caminho de Hiroshima. Suprimir ou não essa informação? E o que não estaria registrado a tinta pelo tio no novo manuscrito mudaria os rumos da história esboçada por aquela outra tinta que caiu do céu e se inscreveu no sangue de Yasuko? Chuva negra também se tornou um marco do cinema japonês. Foi adaptado para as telas pelo diretor Shohei Imamura (1926-2006), em 1989. Recebeu menção especial no Festival de Cannes em 1990.Essa obra de Masuji Ibuse (1898-1993) conta a historia da pequena cidade japonesa de Kobatake, dominada pelo boato de que uma de suas habitantes havia estado em Hiroshima no dia do ataque atomico realizado pela aviacao norte-americana, em 1945. As possibilidades de que a garota estivesse contaminada pela radiacao reduzem, dia a dia, suas chances de casamento. Antologica filmagem de Shohei Imamura em 1989.