Este livro é excepcional em vários sentidos. Num momento em que se aspira à aceitação do cinema brasileiro pela mídia transnacional, ele reafirma a necessidade do diferente e do nacional. Enquanto se festeja a inclusão do Brasil entre os concorrentes ao Oscar, ele divisa apenas "adivinhadores de água" em meio aos cineastas brasileiros, comparando-os ao andarilho intuitivo que, após salvar da seca um povoado alagoano, desapareceu estrada afora. Nadando sempre contra a corrente, Eduardo Escorel não hesita em desprezar a imagem globalizada e a inserção comercial em prol de "núcleos isolados de criatividade e talento", estes, sim, capazes de manter a continuidade histórica de um cinema sob permanente ameaça de se perder na poeira