Um povo de hábeis navegadores, os vikings nunca temeram lançar-se aos oceanos e rios que outros povos diziam ser guardados por dragões. Nem temiam que, a certa altura da navegação, as águas cessariam e as naves cairiam num abismo. Eram também caçadores valentes, pois precisavam cobrir-se com peles de animais selvagens para se aquecer e alimentar-se com a proteína de suas carnes. Que viessem os lobos e os dragões - eles estavam prontos para o combate e para a vitória sobre a dura e exigente natureza. Foi dessa gente, que, dizem, teria chegado à América bem antes dos descobridores espanhóis e portugueses, nasceu uma fantástica história da criação do mundo. Ela era transmitida oralmente, de geração a geração, até que todos seus personagens - deuses, deidades menores, anões, gigantes, elfos do dia e da escuridão, dragões, heróis, lobos e serpentes gigantes - foram reunidos num texto em versos, no ano de 1056, e, bem mais tarde, em 1640, numa coleção de narrativas em prosa. É a esse mundo de nomes estranhos, como Odin, Bewolf, Valquírias, Valhala, Thor, Siegfried, Brunhilde, que pertence o nosso herói Borg, o destemido Cavaleiro de Prata, cujas aventuras o escritor Marco Haurélio descreve com vigor e versos inspirados, fazendo reviver no cordel brasileiro a saga nórdica dos heroicos vikings.