A dignidade da pessoa humana, que orienta a actuação dos católicos na vida pública, implica uma concepção da sociedade e do Estado. A liberdade religiosa, como direito fundamental da pessoa humana, e como dimensão inevitável e natural da vida pública, obriga o Estado moderno a reconhecer a religião e a conferir-lhe espaço de liberdade. A fé católica, que impregna a cultura europeia e portuguesa de forma indissociável, é amplamente partilhada, sem que tal corresponda a atitudes e modelos de comportamento consequentes. Por negligência nuns casos, mas também por ignorância noutros casos. Muitos católicos não conhecem suficientemente o pensamento da Igreja em matéria social e política. A intenção destas páginas é a de proporcionar melhor conhecimento do pensamento católico acerca das implicações da fé para o comportamento dos católicos na vida social e política, e contribuir para uma reflexão sobre o lugar da religião no mundo contemporâneo e do papel do catolicismo na construção de um mundo melhor.