Atravessa, já ordenava Diadorim ao canoeiro, quando, ao lado de Riobaldo, preparavam-se para seguir para o outro lado do rio. No entanto, partiam de um ponto e almejavam chegar ao outro lado. Embora a notável travessia roseana inspire, parece que nem sempre a travessia pode ser assim identificada: A travessia perde seu destino porque não tem meta, não é finalidade (SKLIAR, 2014b, p. 26). No entanto, existe uma trajetória no atravessar, e pode-se responder que essa trajetória é: nós mesmos. Atravessamos, e temos como companhia a presença deste desconhecido: eu-mesmo.Estar em formação é estar em travessia. É das margens, dos encontros, das paisagens que emolduram o sujeito em formação, da situação, das relações, da atenção, das hesitações-interrupções-pausas, da temporalidade, de um estado de infância que a viagem-travessia-experiência pode vir a ser. A travessia não traz garantias, a segurança de sairmos ilesos, salvos. A travessia existe porque existe, assim como em Schiller (2002[...]