Coletânea de contos com variados temas e formas, Primeiro Andar marcou a estreia de Mário de Andrade como contista. Originalmente publicada em 1926, pela Casa Editora Antônio Tisi, teve edições em volumes acompanhados de outros textos, como em Obra Imatura. Esta edição, que corresponde ao sexto volume da coleção Reserva Literária, é a terceira como livro independente. Para ela, o texto foi estabelecido com o rigor metodológico da crítica textual, com o objetivo de restituí-lo à forma original. Além disso, foram incluídas notas explicativas sobre o léxico e as referências culturais utilizadas, visando auxiliar a leitura e manter o respeito ao original. Jean-Pierre Chauvin e José de Paula Ramos Jr. observam que, nestes contos, Mário de Andrade mobiliza diversos temas, flexibiliza regras gramaticais e dilui as fronteiras entre os gêneros literários, com o que surpreende as expectativas do leitor e concentra ingredientes que caracterizam o caráter experimental de sua obra.