Estudo clássico sobre a elite colonial brasileira, em que se narra a história de uma manipulação genealógica destinada a esconder, no Pernambuco colonial, as origens judaicas de uma importante família local. Terceira edição, revista e atualizada peloDos séculos XVI ao XVIII vigorava em Portugal, Espanha e respectivas colônias um sistema de discriminação que impedia descendentes de judeus, africanos, índios e mouros o acesso aos cargos públicos, à carreira eclesiástica e às honrarias dispensadas pela Coroa. A honra do indivíduo e de sua parentela ficava assim prisioneira da "pureza" do sangue. Ao procurar reconstituir as tramoias que viciaram o processo de habilitação de Felipe Pais Barreto, membro de uma rica família do Pernambuco colonial, a cavaleiro da Ordem de Cristo, o historiador Evaldo Cabral de Mello defrontou-se com a questão do sangue judaico que corria nas veias de vários troncos que haviam povoado a Nova Lusitânia, isto é, o Pernambuco que vai da fundação da capitania por Duarte Coelho à ocupação holandesa (1535-1630).