Existem, em “A Lua É Um Grande Queijo Suspenso No Céu’, duas estratégias, desenvolvidas nitidamente na literatura de Parreira: de um lado, a narrativa da história do protagonista Pafúncio, do outro, sua escrita, que vem afiada desafiando padrões e convenções. A narrativa começa já fugindo de temáticas e lugares comuns, no “Prólogo”, um acidente, para em seguida, o protagonista se levantar em meio aos mortos, num cemitério lúgubre num dia de chuva e tempestade – cenário propositalmente escolhido pelo autor, conforme dito em seus desabafos, por razões estéticas – Pafúncio conhece Bernabé, homem morto de aparência deplorável, no entanto, mais chocante que seu semblante é a história que será contata por tal personagem.