A simbiose entre homens e máquinas sinaliza a imanência de uma mutação do período pós-industrial para um tempo marcado pelas tecnologias digitais. Hodiernamente, essas tecnologias produzem um estado de pura ressonância entre as "cabeças digitais" - sujeitos meta-morfoseados pelos avanços tecnológicos, fragmentados, desprovidos de obediência, de previsibilidade e de subjetividades; e a "sociedade digital" - alicerçada nas referidas tecnologias, no consumo e na lógica do coletivo. Do limiar entre homem e máquina, indivíduo e sociedade emergem para a escola dois novos desafios - acompanhar a mutação social e firmar-se como um espaço de múltiplos agenciamentos. Colocando os desafios da escola em perspectiva, Leandro Petarnella, por meio dos indícios juntados no cotidiano escolar, propõe, neste livro, uma tarefa arriscada: constituir vetores ativos, num cenário precário de passagens, que promovam a reflexão sobre a Escola Analógica e Cabeças Digitais.