O ideal do crítico, de Machado de Assis, exibe uma face pouco conhecida de um nome mais famoso por seus contos e romances, reunindo ensaios que discorrem sobre a função da crítica literária e analisam obras de escritores como José de Alencar, Álvares de Azevedo e Eça de Queirós. Publicado no centenário da morte do autor, é mais um lançamento da coleção Sabor Literário, da editora José Olympio, que vem apresentado ao leitor brasileiro pequenas pérolas dos grandes autores da literatura mundial. O livro constitui uma seleção de textos - originalmente publicados na coluna de crítica que Machado manteve ao longo do ano de 1866, aos 27 anos, na seção "Semana literária" do Diário do Rio de Janeiro, e mais algumas de outras origens e outros períodos - nos quais o jovem escritor expõe suas opiniões, defende posições, faz restrições a determinadas obras, revela seu anseio por realizar uma "reforma" na literatura nacional e avalia movimentos literários e escritores. "Não se quis aqui fazer uma amostragem da produção ensaística do autor, nas suas diversas manifestações" escreve o escritor Miguel Sanches Neto, explicando que "o objetivo da seleção é mostrar como um autor identificado com a figura do tímido, delicado ao extremo, susceptível - no retrato que lhe fez um de seus amigos mais próximos -, exerceu de maneira exemplar a crítica militante."