Este livro está estruturado em duas linhas básicas de análise. A primeira faz um retrato quantitativo da posse de escravos no Rio de Janeiro Oitocentista. Tal análise é baseada em inventários post mortem que permitem uma compreensão muito mais detalhada sobre os vários tipos de proprietários de escravos, as diversas atividades desempenhadas por esses cativos e a importância das posses no contexto do patrimônio total. A segunda linha de análise se inspira no caso de Antonio José Dutra. A história deste personagem oferece uma narrativa detalhada como contraponto à análise quantitativa das estruturas sociais traçada acima. Por trás desta abordagem encontra-se a intenção de demonstrar como Dutra, a despeito de suas características aparentemente bizarras, constitui uma espécie de protótipo dos proprietários medianos de escravos que constituíam a maioria dos detentores de cativos no Rio de Janeiro Oitocentista.