As revistas voltadas para as mulheres justificaram a própria existência atestando seu impulso à liberação feminina ou, ainda, afirmando-se como guias práticos para entretenimento e ações do cotidiano. Mas não é difícil perceber que mulheres heterossexuais, mães e, principalmente, magras e brancas foram destaque constantemente nas publicações. Por outro lado, alguns magazines online mais recentes vêm apresentando outros modelos de mulheres. Com a postura crítica de quem sentiu, desde cedo, os efeitos dos discursos de revista sobre si mesma e o próprio corpo, a autora analisa revistas do século 21, como narrativas contemporâneas. A autora problematiza quem são as personagens que sempre aparecem e quem são aquelas que ficam de fora desses espaços privilegiados, em escolhas que tangenciam questões de gênero e raça, referindo-se a aspectos sociais e históricos. A proposta da obra também é trazer algumas possibilidades de subversão e liberação diante dos padrões restritivos e eurocêntricos que permeiam os discursos midiáticos. Em uma época em que os retrocessos ameaçam e as desigualdades persistem, precisamos considerar quem são as mulheres das páginas, quem são as das ruas e o contexto compartilhado por todas elas.