As transformações tecnológicas têm alterado profundamente a história do rádio, através de um processo evolutivo chamado de radiomorfose, que reconfigura os gêneros e as formas de interação presentes nesse meio de comunicação. Além dos sucessivos avanços, duas rupturas marcam a história do rádio, do ponto de vista da linguagem: a primeira foi o advento da TV e a segunda acontece agora, com o surgimento da webradio, que aponta para um novo modelo de radiofonia. Por webradio entende-se a emissora radiofônica disponibilizada através de um endereço na internet, que dá acesso a uma homepage, em que podem ser acessadas as outras páginas da emissora. Na homepage aparecem o nome da emissora, geralmente um slogan que resume o tipo de programação e vários hiperlinks para os outros sites que abrigam as diversas atividades desenvolvidas pela rádio. Para melhor compreender os novos gêneros e formas de interação na webradio - tema inédito na literatura acadêmica - a jornalista Nair Prata dedicou-se a estudar o assunto em sua tese de doutorado, defendida na UFMG, que deu origem a este livro WEBradio: novos gêneros, novas formas de interação. Segundo a jornalista, "a webradio trazia elementos absolutamente novos na radiofonia: imagens, hipertexto, arquivos permanentes, interação bastante diferente da que estávamos acostumados. Mas isso seria rádio? Ou rádio seria apenas transmissão sonora? Com essas perguntas martelando a minha cabeça, me debrucei durante quatro anos sobre o meu projeto, tentando entender o que é e como funciona esse novo rádio transmitido pelas páginas da internet".