Nunca são calmas as águas do sistema de justiça. Mal seria se o fossem, diga-se!Pretender a unanimidade, a tranquilidade, a inconsequência do debate sobre a justiça e os seus problemas será uma espécie de "quadratura do círculo". Há, no entanto, princípios básicos que sustentam o sistema. Entre a veemente afirmação do "direito ao Direito" a propósito de Guantanamo, uma análise sobre a actual crise da justiça, o reforço do modelo de juiz de instrução como juiz de liberdades ou papel da Policia Judiciária na investigação da criminalidade fiscal encontra-se um fio condutor que nos indicam um desses princípios. Escritos em diversos momentos históricos, moldados quando se exerciam actividades profissionais diversificadas, os textos que se publicam evidenciam o compromisso com os cidadãos pela garantia do cumprimento dos seus direitos fundamentais. Aqui reside a justificação deste olhar (des)comprometido com a Justiça.