Desde muitos séculos, no ocidente, persiste a interminável discussão sobre se existiria um Deus, ou essa ideia decorreria de uma fantasia, uma tentativa de explicar o mundo e de buscar algum conforto, devida a uma série de necessidades próprias da humanidade desde tempos imemoriais. A presente obra contesta: E se ambos os lados estiverem equivocados? Este livro faz uma crítica tanto ao ateísmo quanto às religiões reveladas e ao fundamentalismo religioso. Começa demonstrando que os debates entre crentes e ateus não levam a conclusão alguma, devido à falta de um alinhamento dos conceitos discutidos e de premissas duvidosas - ex: a de que a ideia de Deus implique necessariamente a existência de um pai ou soberano celestial. Em seguida, após propor um processo de engenharia reversa sobre as religiões reveladas, faz uma desconstrução da Bíblia e de seu deus tribal, inadequadamente promovido a Suprema Divindade pelos judeus helenizados de Alexandria. Mostra a falsa contradição entre monoteísmo e politeísmo, que o monoteísmo é anterior ao judaísmo e ao faraó Akhenaton, e que o monoteísmo institucionalizado e imposto de cima para baixo se resume a um projeto político, o de centralizar o poder nas mãos de uma elite dominante. Diferentemente do que professa o senso comum, o conceito de Deus é diferente do conceito de deuses: assim, a palavra deuses não é o plural de Deus, mas um termo pertencente a outra categoria de pensamento. O autor ainda compara sistematicamente os princípios bíblicos com os das antigas religiões orientais, alegando que os valores contidos nas religiões reveladas mais corrompem do que educam ou elevam seu seguidores. No decorrer do livro, a discussão vai se dirigindo a uma proposta da existência de uma consciência cósmica, com a desconstrução dos principais preconceitos que impedem sua aceitação por parte dos ateus e da ciência. A obra ainda inclui uma interessante discussão sobre evolucionismo e criacionismo, igualmente questionados pelo autor.