Repouso apresenta uma técnica narrativa e uma sobriedade que muitas vezes afasta o leitor de qualquer indício de leitura fácil, unindo-o ainda ao pudor impenetrável da análise psicológica, onde o que vemos é a angústia e a solidão das coisas insolúveis. Trata-se de um romance de frustração, pois o que caracteriza seus personagens são exatamente as experiências não realizadas, em todos os sentidos, visto que no fundo eles são como “joguetes” – pela incapacidade em que se encontram de escolher um destino, mas suficientemente lúcidos para esboçar alguns gestos de revolta, frutos da fermentação contínua de suas almas para, vencendo as veleidades de compreensão e simpatia, se enrijecerem na obediência aos preconceitos e às convenções do meio em que são forjados.