Palavras, sequências de palavras, frases, parágrafos...um conto, um texto, uma história, um livro. Turbinamos a imaginação, estruturamos a ideia central, perpassamos pelos meandros de uma linda história de amor, desencadeando conflitos, vitórias, surpresas, suspenses, o inesperado, o inadiável e o inevitável...o amor. Final feliz? Um recomeço? Uma reviravolta, um novo olhar, um encontro. Tudo pautado, detalhado, destrinchado até o fim, que pode inclusive ser um recomeço! O segredo é denso, profundo, envolto à primordial necessidade de se preservá-lo, de manter o fato ou os fatos em seu lugar de segredo. Guarda-se para si mesmo, para outrem, ou para o mundo. Espera – se em seu passo a passo até o momento de se despedir do segredo, de adentrar ao fundo de seu eu. Aclamando outro cenário, mirando outros focos. Liberta-se ou se sufoca mais e mais na angústia de coexistir com o que não aflora, com o oculto do oco escuro, como o mergulhar mais que profundo nas águas gélidas da imensidão de um oceano, e no seu mais longínquo ponto, no ponto em que tornar a lâmina d’água possa ser já tarde demais, possa não ser mais o possível. Filhos de um mesmo segredo! Somos sim e não, nos perdemos no talvez, oscilamos na frieza das razões, seguimos refeitos pela verdade, dispensando mentiras, costurando fantasias, dissipando angústias e medos. Encaramos a realidade, face a face, a nossa, a dos outros e mantemos o segredo na dosagem certeira das nossas múltiplas emoções. Pautamos o ponto final na fração de tempo entre o início o fim e o meio.