Há mais de duas décadas vem sendo construída uma teoria que tem sido chamada Teoria Corpomídia. A sua principal característica é consolidar uma epistemologia indisciplinar, que conecta vários campos do saber, para lidar com o corpo. Nos últimos dezanos, a compreensão de que o fluxo corpo-ambiente representa uma conexão política tornou-se mais explícita, sobretudo a partir das pontes epistemológicas feitas com autores como Michel Foucault, Giorgio Agamben, Roberto Espósito, Paolo Virno e Antonio Negri, entre outros. Tais bibliografias mostraram que não apenas o corpo (corpomídia) é distendido nos artefatos que cognitivamente materializam-se como corpo, mas também nos dispositivos de poder (práticas discursivas e não discursivas, crenças, hábitos, padrões de movimento, espacialidades e assim por diante) -evidenciando que a contaminação que rege o enredamento corpo-ambiente se propaga em todas as direções. É nessa perspectiva que se estrutura este livro, dividido em duas partes: Arte e Ciência e Politizando a Discussão.