"A entrada e o estabelecimento de imigrantes no Brasil desde 1808, data da abertura dos portos ao comércio com as nações amigas, foi um dos grandes acontecimentos da História do país. Somente entre 1901 e 2000, a população brasileira saltou de 17,4 milhões para 169,6 milhões de pessoas, com 10% desse crescimento devendo-se aos imigrantes. Esse intenso fluxo migratório foi acompanhado de um ainda maior fluxo de informações sobre esses novos residentes. Durante todo o período analisado nesta obra de dois volumes de 1808 a 2015 , a imprensa ocupou-se do assunto a partir de referências conceituais, como assimilação, nacionalismo, embranquecimento, eugenia, racismo, xenofobia, tolerância e hospitalidade. A partir da consulta de 11 mil edições de periódicos jornalísticos impressos presentes no país ou em português e sobre o Brasil em que o tema da imigração foi citado direta ou indiretamente, selecionamos aproximadamente 200 matérias jornalísticas que compõem este estudo. O objetivo, tomando como referência os estudos migratórios, é abordar as seguintes questões: o que significa ser imigrante ou estrangeiro para a imprensa brasileira ao longo da nossa História? Qual foi o papel atribuído a esses indivíduos e grupos, no Brasil, pelos meios de comunicação impressos? Neste primeiro volume, do início do século XIX até o final da Primeira República, faço uma breve introdução sociológica do Brasil oitocentista, bem como uma apresentação do debate teórico que nos guiou ao longo de todo o estudo, abordando conceitos como raça, etnia, povo, identidade nacional e cultura.