Um estudante de arquitetura fóbico ganha uma viagem de intercâmbio para a China. Começa, assim, a angústia do protagonista que deseja partir para o outro lado do mundo ao mesmo tempo que não consegue atravessar uma rua sozinho. Não é para menos que a narrativa seja construída como se constrói um arranha-céu: aos poucos, começando com as bases, fazendo o espectador ansiar cada vez mais pelo resultado final. Apesar de nem sequer conhecermos seu nome, criamos intimidade com o personagem, um vínculo poderoso que gera empatia pela sua história, seus medos, suas decepções, seus sonhos. China de papel é um romance sensível, doloroso e essencial para compreender algumas das questões existenciais dos jovens, sem tratá-los com superficialidade e futilidade.