Nestes tempos, os “poderes deste mundo tratam de convencer-nos de que nos revestindo de nova embalagem, nos tornando meros periféricos de potentes máquinas, nos recobrindo de acessórios custosos atingiremos a realização suprema, frente ao olhar admirativo dos outros, escondendo nossos vazios e dores. Não, não é possível salvar-se apenas com “o mesmo sabor em nova embalagem, mas é, sim, possível caminhar para além do embuste das embalagens. Com seu olhar agudo, atento e compassivo, que não se detém nas aparências e ideias prontas, Henriette Effenberger nos conduz, com seus textos intocáveis, pelo caminho da empatia para com o que vai por dentro de seus personagens, até mesmo aqueles de outras espécies, animais e vegetais, para nos reencontrar com nossa própria humanidade. [Por Maria Valéria Rezende, escritora.