Loucura, morte, vícios, dor, saudade, perdas – Do Mesmo Modo, ao Fim da Ceia, de Paulo Gonçalves, é sobre tudo isso. Aqui se encontram as trevas da alma, as coisas tão difíceis que nos recusamos a encarar, desviamos o assunto, enterramos, ainda que às vezes nos assombre. Durante todo o livro, há uma forte e densa camada de tristeza que perpassa os versos, jorrando algo de muito dolorido entre as páginas. Entretanto, não é apenas sobre isso. Há também algo de saudoso e bucólico. O autor fala de um passado, uma revisitação na infância. O olhar poético não é apenas para a dor, mas um olhar para trás.