o déficit democrático que caracteriza a governança global pode ser explorado como um fértil campo de investigação filosófica, tendo em vista a busca por critérios para a formulação de princípios de justiça. dada a incompatibilidade teórica e prática do paradigma econômico dominante com quaisquer imperativos voltados ao aprofundamento da justiça social e da solidariedade entre gerações, o presente estudo procura-se analisar alguns modelos alternativos, que poderiam ser capazes de reorientar as políticas públicas rumo à promoção do desenvolvimento humano sustentado e equitável e que, nesse sentido, estariam aptos a forjar uma ética para a cidadania pós-nacional. ao tratar dos argumentos que poderiam ensejar a justificação de um princípio global de igualdade de oportunidades – o qual determina que é injusto que alguns tenham menos oportunidades em virtude de identidades particularistas –, investigamos igualmente o diálogo entre o cosmopolitismo contemporâneo e a concepção rawlsiana de justiça global.