Em certo momento de sua prática, o médico perguntará o que é o diagnóstico. Nessa ocasião, o quase lugar-comum passa a apresentar dificuldades de entendimento. A definição simples de Dorland de que “diagnóstico é a determinação da natureza de um caso de doença” pode ser muito imprecisa quando se questiona sobre tal “natureza”. Trata-se de um agente causal ou do mecanismo? Ou é necessário explicar ambos? E se nenhum deles for bem determinado? Basta apenas diagnosticar pneumonia ou é preciso estabelecer se ela é infecciosa e, em caso afirmativo, o agente causal? Choque é um diagnóstico, mas nem sempre o mecanismo ou os mecanismos são explicitados em todos os seus detalhes. Derrame pericárdico também é um diagnóstico, porém qual sua causa? Toxi-infecção alimentar, a mesma coisa, mas em decorrência de quê? O preparo do médico para o diagnóstico passa por diversos caminhos. Cada profissional escolhe suas especializações individuais, porém, para o médico que exerce a atividade clínica, o diagnosticar está na linha de frente de seu trabalho. Por isso, precisa aprender e aperfeiçoar continuamente esse ato.