“buracos vazios” é uma obra ímpar, rara, desirmanada, onde a sui generis se faz clara, sem par, onde o poeta derrama suas observações, ponderando sua glosa de uma maneira ora tempestuosa e abespinhada, mas na maioria das vezes se derrama em cascatas de sentimentos afáveis, afetuosos, sinceros e cordiais. há notoriamente o místico em seus poemas, mas de uma maneira sutil, onde o poeta se faz caminhante das buscas telúricas, dos misteriosos segredos do ser, e essa busca, ele o faz perquirindo a si mesmo, num mergulho profundo de introspecção, onde embarca em uma viagem anímica, esquadrinhando minuciosamente cada recôndito do oceano do seu espírito. o amor fica evidente em cada página, por vezes é um amor desejoso, ardente, apimentado, excitante, mordaz e urgente, por outras é um amor doce, galanteador e poético, mas em um quanto em outro nota-se a intensidade ardorosa e fremente com a qual o poeta se expressa a cada linha, o que faz-nos pensar na imensurável sensibilidade que foi entornada em cada página desta obra, sensibilidade esta que somente as almas verdadeiramente poéticas possuem e sabem os caminhos pela qual a transmitir.