a filosofia perene é uma apresentação da filosofia cristã, sob os pontos de vista da fé e também da dúvida, que o autor trata como uma espécie de sombra do conhecimento. no capítulo 24, deparamo-nos com as perguntas: o conhecimento não se revela, afinal, um regime de dúvida? e, na medida em que fazemos a dúvida bailar daqui para lá e de lá para cá, não impelimos, ao mesmo tempo, a fé em sentido contrário? os lugares que esvaziamos de dúvida não os enchemos de fé? os que esvaziamos de fé não os carregamos com dúvidas? e a fé, assim como a dúvida, não tem uma função primordial no conhecimento? enfim, não é justo perguntar se o conhecimento é ele próprio, dúvida ou fé? ou dúvida e fé? ou ainda conhecimento, dúvida e fé? esses questionamentos traduzem o espírito que anima e perpassa a presente obra. na parte i, denominada da fé à dúvida, o autor mostra como certezas fundamentais podem ser decompostas por dúvidas. na parte ii, intitulada da dúvida à fé, ele mostra que questionamentos fundamentais podem dar lugar à fé. daí a ideia estruturante do livro, segundo a qual a filosofia perene (cristã) deve construir-se tanto a partir do questionamento quanto da fé.