Os trabalhos que agora se mostram pertencem a uma série iniciada em 2008 intitulada Women, Houses, Plants. São composições de fotografias, desenhos a grafite e tinta acrílica onde o artista continua a tarefa de articular o feminino.Imagens de corpos de mulher, elementos arquitectónicos e plantas conjugam-se sobre um fundo pintado com uma cor determinada e nomeada no título.A obra de Julião Sarmento é povoada de corpos femininos: mulheres sem cabeça, despidas, calçadas, paradas, curvadas, correndo, lambendo, pintadas, desenhadas, fotografadas, filmadas, na rua, na cama, de frente, de trás... Esta multiplicidade é subsumida numa figura recorrente nos seus trabalhos: um vestido preto, opaco, ocupado por um corpo branco ou transparente. Corpo sem rosto, sem idade, é o corpo de ninguém que dá corpo a todas as mulheres do mundo.A figura é, na verdade, uma imagem ou uma visão, ela alimenta a actividade do pintor, seu cativo.