Um dos autores deste livro, o português Osvaldo De Sousa, escreveu que o cartune, modalidade de humor gráfico, “é uma extraordinária panaceia, dentro da política da medicina preventiva, essencial para a saúde mental de qualquer sociedade”. Um segundo autor, o brasileiro Lailson Cavalcanti, observou que “o humorista gráfico toma o pulso do seu tempo através da sua análise crítica, percebendo o estado dos humores sociais do seu planeta, país, estado, província, cidade, governo, economia ou processo social.” No que concerne mais especificamente ao poder, o terceiro autor, também brasileiro, Camilo Riani, referiu que o humor gráfico é uma “arma imediatamente ao alcance da mão.” Digamos, então, que podemos ler e analisar o social pelos vários canais do humor gráfico; podemos dizer que o humor gráfico é um termómetro social que pode ser cientificamente estudado e exposto; podemos transformar o humor gráfico num descodificador de tudo aquilo que obscurece ou procura obscurecer vida, acto e sentido; podemos concluir que o humor gráfico contribui para a formação de uma cidadania capaz de conhecer e de se libertar – rindo sempre que possível, afugentado as agruras da vida lá onde isso se consegue - dos determinismos e dos espartilhos sociais. _________ A colecção CADERNOS DE CIÊNCIAS SOCIAIS pretende dar respostas a perguntas simples sobre temas complexos da vida social, com textos combinando simplicidade e rigor de autores de vários quadrantes do imenso mundo falante de português.