Este livro originou-se do doutoramento do autor, defendido em 1988 na Universidade de Münster, Alemanha. Nele encontramos uma reflexão sobre os conflitos agrários no Brasil. O livro parte da premissa de que a terra é dom de Deus, confiada aos seres humanos como pressuposto de sua humanização; para posseiros e sem-terra, garantia de sua liberdade e de seu ser sujeito; para os indígenas, dado fundamental de sua existência. A terra para cultivo (terra de trabalho) honra o ser humano e a própria terra; ela está vinculada com Deus, tem a dimensão do símbolo-sacramento. Do outro lado, está a terra de negócio, alheada à condição de mercadoria, submetida ao capital e a sua lógica de mercado, meio de dominação dos pobres e despossuídos. Ela tem a dimensão do fetiche, sendo profundamente adversa a Deus, ao ser humano e à natureza.