Publicado no final da Segunda Grande Guerra, o romance Homens e não, de Elio Vittorini (1908-1966), um dos principais renovadores da literatura italiana contemporânea, trata da luta para manter viva a esperança e da resistência humana diante dos horrores do nazifascismo e da guerra. Construído de modo dramático, com cenas diretas e diálogos rápidos, na Milão do inverno de 44 e Sicília, as atrocidades do combate vão além do mero documento e do testemunho da luta antifascista. Em meio ao inferno, o protagonista Ene 2 vive o amor contrariado de Berta. Tentado pelo suicídio, resiste, buscando o sonho de um mundo solidário e fraterno. Em páginas pungentes, o leitor encontra uma poesia que desafia os altos brados com que o fascismo quis se impor pelo poder das armas. Traduzindo a dimensão simbólica de nossas perplexidades, os desejos mais íntimos e as aspirações mais humanas se defrontam com os demônios da violência.