O lugar simbólico que denominei para Sonorizador chama-se eletropoesiacústica. Porque é nele que o trabalho se potencializa nas suas tensões sem jamais solucioná-las com a inter-relação de poesia e música acústica e eletroacústica. A solução seria a acomodação sem riscos das diferenças entre as linguagens, o que descaracterizaria uma delas em função da outra. O entre e o quase são resultantes inacabados porque não interessa um outro lugar e sim a tensão. A poesia, aqui, diga-se, feita para a voz, está na sua capacidade de se relacionar com outra linguagem, mas consciente de que a sua migração é para outro sentido, para o ouvido pensante (Murray Schaffer), de par com a justa definição de que a poesia é a permanente hesitação entre som e sentido (Paul Valéry). Sonorizador é todo feito de idéias-sons.