O "buraco" na camada de ozone, o efeito de estufa, o empobrecimento da biodiversidade, a poluição dos rios e do ar, e a demografia galopante são, de facto, verdadeiras ameaças para o nosso futuro ou serão, apenas, slogans brandidos por ecologistas militantes? Claude Allègre, ao responder a esta questão seguindo o fio condutor dos conhecimentos científicos, torna a lançar o debate ecológico, mas situando-o no seu verdadeiro plano e mostrando o que está em jogo em termos não só científicos, mas também filosóficos e políticos. "A batalha ecológica corre o risco de estar perdida por não ter sido travada", afirma. Com efeito, cientistas prestigiados assinam uma petição contra os excessos dos ecologistas militantes e os industriais não hesitam em reclamar uma pausa nas medidas de protecção do ambiente. Por outro lado, os resultados eleitorais dos partidos ecológicos não estão à altura das esperanças que as sondagens haviam feito nascer. Claude Allègre, afastado de todos os exageros do militantismo ecológico, está cada vez mais firme na sua denúncia: "Sim, o homem polui o planeta. Sim, o produtivismo cego ameaça as gerações futuras: o homem tem de encontrar o seu lugar na natureza, sem ser senhor ou escravo. Após a era do antagonismo, terá que sobreviver a da harmonia MARIA MIES é socióloga e autora de diversos livros e artigos, publicados em diversos jornais. Dirigiu o Programa de Estudos das Mulheres, no Instituto de Estudos Sociais, em Haia, e foi, em seguida, professora de Sociologia na Fachhochschule, em Colónia. Actualmente, está activa em movimentos das mulheres e ambientais, na Alemanha.CLAUDE ALLÈGRE é professor de Ciências da Terra na Universidade Denis-Diderot (Paris VII) e é membro do Instituto Universitário de França. É chefe de serviço no Institut de Physique du Globe de Paris, e foi galardoado com o prémio Crafoord em 1986 pelos seus trabalhos de geologia isotrópica.