Este estudo se constrói a partir das inquietações da atuação da (o) psicóloga (o) em diversos contextos, nos quais as relações de gênero e diversidade sexual emergem como demandas cotidianas. Objetiva-se investigar os discursos sobre o referido tema, na formação de psicólogas (os) das universidades públicas do Estado do Paraná, a partir dos documentos normativos do curso. Como parâmetro de análise, contemplam-se as teorias feministas e de gênero pós-estruturalistas e fundamenta-se pela Análise do Discurso de Michel Pêcheux, a arqueogenealogia de Michel Foucault e Estudos Culturais de Tomaz Tadeu da Silva. Ao considerar os documentos oficiais da Graduação de Psicologia, revelou-se a invisibilidade de tais documentos, que silenciam a temática e resistem em incluí-la na Graduação em Psicologia. Os silêncios concebidos pelo Ministério da Educação e Cultura evocam a necessidade de posicionamento maior do Conselho Federal de Psicologia com relação as práticas profissionais. Deste modo, os conceitos sistematizados nesta pesquisa atravessam a reflexão e a construção de articulações discursivas na produção desses saberes, vinculam-se ao contexto e produzem posicionamentos, que tratam a identidade e a diferença como questões políticas, as quais necessitam problematizações e centralizam, nesses discursos, os processos de produção das diferenças. Para tanto, defende-se uma estratégia pedagógica e curricular da identidade e da diferença, somadas à possibilidade de repensar e recriar as condições de existência, de educação e de psicologias.