Rodrigo Pontoglio rejeitava o patronímico. Cunhou para si o pseudônimo r.ponts, em minúsculas, para sublinhar a filiação a e.e.cummings, de cujos poemas deixou boas traduções. Poeta aprendiz de cineasta, sua dicção é visual, seu fotômetro, pupila, calibrada em registro de super exposição, midríase. Suas pálpebras, pétalas. Na poesia de ponts a palavra refulge, cintila na luz, em torno ora do excesso ora da carência. Não se vá exigir equilíbrio desse menino desinfeliz, que dissimula com leveza e humor a sua disputa com o inelutável.