Sem palavras flagra os deslocamentos e travessias que ocorrem durante um dia ao redor de um apartamento. Vindos de um país em ruínas, oito pessoas de diferentes corpos, imagens sociais, referências, histórias de vida e mundos imaginados passam por ali. A terra treme, o dentro e o fora se invadem e as gramáticas se reformulam. Uma cadela que late, uma travesti que ama e um homem que conta regressivamente são alguns dos fragmentos de existências que irão se desdobrar no palco, borbulhando em palavras. Para quem nunca teve direito à fala ou à escuta, as palavras transbordam. A partir do esgotamento e insuficiência das velhas formas para as questões do nosso tempo, Sem palavras, peça do diretor e dramaturgo Marcio Abreu, vencedora do 33° Prêmio Shell de Teatro na categoria Melhor Dramaturgia, propõe uma reinvenção da linguagem através de histórias de corpos e lugares sociais diversos, que misturam teatro, dança, música e performance. [...]