Vinda da Tanzânia, sua terra natal, Angel Tungaraza acaba de se mudar para Ruanda com o marido, Pius, e os cinco netos, órfãos de seu filho e sua filha já falecidos. Apesar de quase sempre ter o que fazer, ela encontra tempo para realizar sua paixão: o pequeno e cada vez mais bem-sucedido negócio de fazer bolos em formatos únicos, criados especialmente para as festas e comemorações de seus vizinhos e dos amigos deles. Como mulher de negócios, Angel se orgulha de se comportar de maneira profissional o tempo todo, mesmo quando tem de enfrentar situações embaraçosas, dilemas éticos e seus humilhantes fogachos da menopausa. E, se às vezes ela manipula uma situação, é só porque a justiça exige isso. Ou porque as pessoas algumas vezes precisam de um empurrãozinho na direção certa. Ou porque simplesmente poderia vir a dar a seus bolos fama internacional. Consciente de que muitos a seu redor testemunharam e sobreviveram a horrores que ela mal pode imaginar, Angel sabe que a vida dessas pessoas continua, que elas ainda vão encontrar motivos para alegria e júbilo. Enquanto os clientes contam a ela suas histórias, a boleira se dá conta de quanto cada um tem a prantear e também o quanto eles têm a comemorar. E, finalmente, Angel passa a aceitar que isso também vale para ela mesma... Assando bolos em Kigali é um romance encantador, deliciosamente engraçado. Em seu ritmo suave, ele fala sobre a vida, o amor e a comida. Mas, mais que tudo, ele mostra como o espírito humano - mesmo quando posto à prova até os limites da imaginação - sobrevive e une a todos nós.